Entrevista: Jão do Ratos de Porão
Jão é um cara que dispensa apresentações.
Uma entrevista bem legal e feita especialmente para os fãs do time aqui no Brasil e leitores do blog.
St. Pauli Brasil: Desde 2006 que vocês
não lançam um álbum inédito. Qual a expectativa para o lançamento de Século
Sinistro?
Jão: Então, expectativa grande,
né?Afinal existe sempre aquele lance, será que vai agradar e tal?
SPB: O que ele trás de novo em relação
aos trabalhos anteriores?
J: Em relação aos trabalhos
anteriores, essa gravação tá mais limpa, embora com um peso muito grande, e
seguimos mantendo aquela mistura punk, hardcore, metal.
SPB: Lá se vão 33 anos de banda. Quando começaram, esperavam ter
esse tempo todo de estrada? Imaginavam ser influência para gerações que vieram
depois de vocês?
J: Claro que não imaginávamos durar tanto tempo, talvez nem
viver esse tempo todo. rs...
SPB: E o que
de mais legal você viveu nesse tempo todo com a banda? Algum episódio especial
que você guarde na memória (imagino que tenha vários)?
J: É
claro que tenho vários episódios marcantes, não dá pra destacar um só e
continuamos tendo novos episódios rs...
SPB: Vocês já
tocaram em muitos lugares e para muitos públicos diferentes. Algum lugar que
ainda não tocaram? E qual vocês consideram o mais especial?
J: Ainda
não tocamos no Japão, Austrália, Costa Oeste dos Estados Unidos, faltam no
currículo. O Ratos tem fãs em muitos lugares, eu particularmente gosto muito do
nosso público em Portugal.
SPB: O cenário musical
brasileiro nunca foi muito aberto a bandas de som mais pesado como metal, punk
rock, dentre outros. Tanto que muitas bandas desses estilos, assim como vocês,
têm muito mais espaço lá fora do que aqui. Você acha que no decorrer dos anos
alguma coisa mudou em relação a isso? As pessoas e a mídia estão mais abertas a
esses estilos musicais?
J: Pelo fato de não termos um
cenário muito aberto a estilos específicos, esses próprios estilos acabam tendo
sua própria cena, o punk, o metal e o hardcore, conseguem seguir em frente
mesmo sem espaço nas mídias grandes.
SPB: Jão soube que você é fã do St.
Pauli. Como e quando conheceu o time?
J: Conheci o St.Pauli no cenário punk alemão,
todo mundo usava camisetas, botton, patches e despertou meu interesse. Daí
comecei a conhecer um pouco mais a história do time.
SPB: Já assistiu algum jogo no
Millerntor? Se sim, pode contar como foi a sua experiência?
J: Já assisti jogo do St Pauli sim, não sabia
que Millerntor era o nome do estádio , e foi animal! Isso foi em 1995 eu acho,
o time estava na primeira divisão da Bundesliga e jogou com o Schalk 04, foi
muito foda, um monte de bandeira preta com caveira tremulando, lembro que
estávamos já muito locos ali. Uma hora foi um brasileiro que jogava lá se
aquecer e a gente tava perto da grade e começamos a xingar o cara em português,
uma hora o cara olhou pra trás e abanou a cabeça tipo "Que saco até aqui?"
rs foi muito bom
SPB: Conversando com as pessoas aqui no
Brasil que conhecem o time, todas tem um histórico de que começaram a torcer
pelo time por causa de alguma de suas características, como o engajamento
social e político, a característica alternativa e ligada a música... O que mais
te chamou a atenção no time?
J: O time por si só já é uma proposta
alternativa, o futebol não está em primeiro plano e talvez isso seja pra mim o
fator mais foda. Além claro, do engajamento social e da proximidade com o punk.
SPB: Mais uma vez, obrigada pela
entrevista e aproveito para deixar o espaço para você deixar alguma mensagem
aos leitores do blog e torcedores do St. Pauli aqui no Brasil.
J: Obrigado você pelo espaço. Eu
tenho uma camiseta que comprei na época em que fui no estádio e na sede do St
Pauli que é igual a da gaviões da fiel, mas aqui é complicado usar, vai que algum
torcedor olha pra camiseta e fala "Aí mano , a camiseta da gaviões tá
escrito São Paulo mano , que porra é essa ??? rs....Até explicar, né ?
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